sábado, 9 de junho de 2012

DEUS E O PROBLEMA DO MAL - POR QUE DEUS PERMITE O MAL?


       Dentre os temas mais debatidos na Teologia, na Filosofia, entre os ateus, encontra-se o problema do mal. 
Nesse debate surgem algumas perguntas, especialmente dos ateus, céticos, agnósticos e volucionistas.  As perguntas questionam o posicionamento de Deus sobre o mal:

  1. Se Deus existe, por que o mal impera entre os homens?
  2. Se Ele é o Todo-Poderoso, por que não utiliza o seu poder para acabar com o mal?
  3. Se Ele é o Todo-Poderoso, Eterno e o responsável direto pela criação, então ele é responsável, também, pela existência do mal?

       Nessas perguntas há críticas veladas que têm como objetivo acusar Deus pelo mal, tentar demonstrar que Ele não existe, pois se Ele existisse já teria acabado com o mal,  e até provar que ele existe, mas é imperfeito, pois  não tem todo o poder como afirma o Teísmo bíblico.
O problema do Ateísmo  - Ao dizer que o mal prova a inexistência de Deus, o Ateísmo entra num “beco sem saída”, pois os ateus são obrigados a explicar de onde vêm os padrões de injustiça e maldade. Esses padrões só são conhecidos porque há os padrões de justiça e bondade, sem esses é impossível falar que algo é injusto, algo é mal. Se Deus não existe, quem colocou no homem o senso de justiça e de bondade? Nesse debate, é necessário deixar bem claro que se o mal prova a inexistência de Deus, a antítese também seria verdadeira, ou seja, o bem, que é a antítese do mal, provaria que Deus existe, logo a existência de Deus ficaria estabelecida, pois há mais pessoas praticando o bem do que pessoas praticando o mal.
O desespero ateísta é evidenciado nas palavras de C. S. Lewis, ateu que se converteu ao Cristianismo. Ao escrever, abaixo, o pensamento de Lewis, destacarei  ideias fortes em suas palavras:

  “O meu argumento contra Deus era de que o universo parece ser muito cruel e injusto. Mas de           onde tirei essa ideia de justo e injusto? Ninguém diz que uma linha é torta se não tiver uma ideia do   que seja a linha reta. Com o que eu comparava este universo quando o chamava de injusto? Se todo o panorama fosse mau e absurdo de A a Z, por que eu, que sou necessariamente parte do panorama, reagi violentamente contra ele? Nós nos sentimos molhados, se cairmos na água, porque não somos animais aquáticos: um peixe não se sente molhado ...” (LEWIS, apud GEISLER, 2003:248).

Definindo o Mal

        É importante deixar claro que o mal não é algo palpável, algo que tem substância, que ocupa lugar no tempo e no espaço. Na realidade, a palavra mal é utilizada para indicar algo, mas que algo é esse? Para definir o que é o mal, preciso, primeiro, definir o que é o bem, já que mal e bem são antíteses um do outro. 
O que é necessário para o bem existir? Em resposta a essa pergunta afirmo que para o bem existir são necessários agentes do bem para que ele exista. Assim, quando uma pessoa ajuda alguém, essa pessoa está sendo agente do bem; quando uma pessoa consegue evitar uma briga e promove a paz entre duas partes, ela praticou o bem. Com esses exemplos, fica mais fácil definir o bem, ainda que de forma simples: o bem é o resultado das ações das pessoas que beneficiam os outros, que promovem a paz; é o fruto da prática da justiça. Assim, o bem é resultado das ações dos homens e de Deus.
Após essa definição de bem, fica fácil apresentar uma definição sobre o mal, pois ele segue o mesmo princípio do bem: para existir precisa de agentes que o façam existir. Assim, quando alguém se opõe ao bem, pratica injustiça, rouba, mente, adultera, essa pessoa foi promotora do mal. Com isso, podemos afirmar que o mal é resultado das ações livres, porém contrárias ao bem, dos homens. O mal é, também, a perda da integridade, é o ato de deixar de fazer o bem. 
Diante disso, cai por terra o argumento que afirma ser Deus o responsável pelo mal. Quem afirma isso não consegue provar que é Deus quem manda as pessoas adulterarem, brigarem, mentirem, roubarem, terem orgulho, invejarem. Na realidade é o contrário disso, Deus ordena que as pessoas sejam fiéis aos seus cônjuges, falem sempre a verdade, sejam humildes, não tenham inveja. 
Mas por que Deus não impede que os homens pratiquem o mal já que Ele tem poder para isso? Essa pergunta é feita por pessoas que não conhecem o caráter de  Deus. Elas precisam entender que quando Deus criou o homem deu-lhe o livre-arbítrio¸ liberdade total de escolha. 
     Diante disso, fica claro que para Deus impedir que o homem pratique o mal, Ele teria que anular, completamente, a liberdade humana. Dessa forma, o homem que pensasse em fumar jamais conseguiria. Quem desejasse beber, jamais conseguiria executar seu desejo.  O homem seria um ser totalmente incapaz de realizar suas vontades. Se isso acontecesse, o homem seria pior do que o animal, pois, como ser racional, projetaria, mas não teria liberdade de executar seus pensamentos, suas vontades. Isso sim seria o mal absoluto, pior do que o mal moral presente em todos os homens.  Ora, tirar dos homens a liberdade de praticar o mal e colocar neles a obrigação de praticar somente o bem, seria criar uma devoção robótica, um amor que não é fruto da escolha do homem, e isso não seria amor, seria obrigação, escravidão moral.
Só para termos uma ideia de como seria trágico o tolhimento da liberdade, é só perguntarmos às pessoas: Você gostaria de ser proibido de beber, fumar, ir a motéis? Elas responderiam, com certeza, um sonoro não!
Diante disso, fica claro que  os homens  podem lutar para acabar com o mal, por serem responsáveis pelos males sociais e morais, e isso só é possível praticando o bem, deixando de fazer tudo que é contra o bem, que é injusto. Todos os homens têm o senso de moral, logo sabem o que é o bem e o mal, a justiça e a injustiça. Por isso, afirmamos em letras garrafais que DIZER QUE DEUS É O CULPADO PELO MAL, É SE OMITIR DA RESPONSABILIDADE DE PRATICAR O BEM!

Extraído do meu Livro, Apologética, preparando o cristão para a batalha. 
  
 Prof. João Moreno de Souza Filho - Teólogo, escritor, Jornalista, Psicopedagogo.

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