É importante defendermos a nossa fé com argumentos bíblicos, lógicos e racionais, isso está claro para a maioria dos cristãos. Porém, pouco adianta justificarmos nossa fé se não conseguirmos anular, destruir os argumentos que se levantam contra o conhecimento de Deus, pois o não-crente continuará com argumentos para sustentar seus posicionamentos e suas práticas. Daí a razão de, junto com a apresentação da razão da nossa fé, utilizarmos meios para anular os argumentos dos pecadores, pois dessa forma eles ficarão sem base, e ao observarem as bases da nossa fé, serão impelidos a aceitar nossos argumentos. Porém, isso não é garantido, pois, um não-crente, mesmo sem condições de defender seus argumentos e sem a possibilidade de anular os argumentos dos cristãos, pode não aceitar a doutrina cristã por várias razões: o orgulho, o amor às práticas pecaminosas, apego às tradições familiares e religiosas, etc.
Porém é importantíssimo que anulemos os pensamentos não-bíblicos, mesmo que os pecadores não aceitem a Cristo, pois isso os torna indesculpáveis perante Deus, enfraquece a disseminação das heresias e das doutrinas liberais, evitando que muitos inocentes e simples caiam em suas armadilhas, e fortalece os argumentos cristãos perante a sociedade. Dentre os pensamentos que devemos anular, se encontram: a defesa do aborto, a valorizaçao do homossexualismo, o liberalismo que não aceita nenhuma base ética como fundamento para as práticas humanas.
texto bíblico que reforça o caráter de ataque da Apologética se encontra em 2 Co.10.4,5, que diz:
“As armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus,
para destruição das fortalezas. Derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo”.
Esse texto deixa claro que o ato de ganhar as pessoas para Cristo constitui-se numa batalha, numa guerra que passa pela mente. Com isso, ele tira a batalha da fé do campo do misticismo, da emoção e a coloca no nível da razão, do raciocínio humano. Por isso, Paulo disse que “derrubamos raciocínios”. Os raciocínios que o Apóstolo disse que derrubamos são todas as ideologias criadas para enganar o homem e mantê-lo no erro e para combater a Bíblia. Elas, de acordo com o apóstolo dos gentios, devem ser derrubadas, ou seja, anuladas.
O resultado da anulação das ideologias anticristãs é a aceitação da fé bíblica pelos não-crentes. Essa aceitação deve ser racional, deve passar pela mente, deve ser fruto de uma decisão totalmente lógica, por isso Paulo falou: “levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Isso mostra que a batalha do evangelho se dá, também, na mente.
Essa característica de confronto da apologética está presente em Tito 1.9, uma das Epístolas Pastorais. No texto, Paulo diz que o obreiro “deve reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar na sã doutrina como para convencer os contradizentes”. Essa parte final, “convencer os contradizentes”, em algumas traduções está escrito da seguinte maneira, e na Bíblia de Jerusalém (Bíblia Católica) está escrito: “Para refutar os que a contradizem”. Isso deixa claro que a pregação Bíblica que não anula as heresias é fraca e não tem poder de convencer os pecadores de seus erros.
Este texto faz parte do meu próximo livro: APOLOGÉTICA, equipando os cristãos para a batalha.
Prof. João Moreno de Souza Filho.
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